Sob o signo da La Niña, a chuva ainda será irregular e mal distribuída durante a primavera no Paraná
Criado em 22/09/2020 03:55
Influenciada por La Niña, primavera começa ensolarada em quase todo o Paraná
A primavera começa às 10h31 desta terça-feira – 22 de setembro – e termina às 07h02 de 21 de dezembro. Segundo o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), o primeiro dia da estação será ensolarado em quase todo o Estado. O tempo fica nublado apenas em Curitiba e Região Metropolitana, no Norte Pioneiro, nos Campos Gerais e no Sudeste. Há previsão de chuva no litoral. As temperaturas devem variar entre 4 ºC em Rio Negro e 29 ºC em Umuarama, Guaíra e Foz do Iguaçu.
Segundo o coordenador de Operação do Simepar, meteorologista Marco Jusevicius, “o fenômeno La Niña será o principal drive climático na primavera do Hemisfério Sul, com intensidade variando de fraca a moderada”. Ela provoca o resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial, alterando os padrões climáticos.
No início da estação, as temperaturas apresentam maior amplitude térmica – a diferença entre os valores mínimos e máximos diários – a qual tende a diminuir com a aproximação do verão. A temperatura média do ar deve manter-se próxima ou ligeiramente acima da normal climatológica. Estão previstas grandes variações em períodos curtos, causadas pelo rápido deslocamento de frentes frias e tempestades intensas, características da estação no estado. São esperados períodos prolongados sem chuva semelhantes aos ocorridos no outono e no inverno deste ano. “As chuvas devem aumentar progressivamente, mas os volumes ficarão próximos ou abaixo da normal climatológica, com distribuição espacial muito irregular”, afirma o meteorologista.
Os eventos meteorológicos severos - como fortes rajadas de ventos, granizo e muitos raios - só podem ser detectados em curto prazo. Para receberem alertas por SMS, os interessados podem cadastrar-se na Defesa Civil Estadual enviando uma mensagem para o número 40199 com o número do seu CEP (Código de Endereçamento Postal).
ESCASSEZ HÍDRICA – O cenário climatológico indica a permanência da crise hídrica no Paraná. O Simepar faz o monitoramento hidrológico, que é o acompanhamento em tempo real das condições das 200 bacias hidrográficas paranaenses. Para tanto, utiliza alta tecnologia: uma rede telemétrica de 120 estações, antenas de recepção de uma constelação de satélites e três radares instalados em Teixeira Soares, Cascavel e Curitiba.
Os dados são coletados em medições horárias e sub-horárias das chuvas, temperaturas e vazões dos rios. Na sequência, são integrados e processados por sistemas computacionais, gerando produtos geo-espaciais. Após análise dos dados atuais e históricos, os meteorologistas emitem uma previsão tradicional para até 15 dias e outra climática sazonal, atualizada mensalmente. Além disso, são feitas estatísticas dos quantitativos de chuvas e desvio das médias climatológicas. As informações são compartilhadas no Monitor de Secas do Brasil e na Sala de Crise da Região Sul.
INCÊNDIOS – O Simepar também monitora incêndios, queimadas e focos de calor. O Sistema VFogo detecta essas ocorrências em grandes extensões territoriais e áreas específicas. É possível identificar o momento e o local em que o evento teve início, sua evolução, propagação, direção, sentido, intensidade e extinção, bem como o tipo de vegetação - floresta, arbustos, pastagem e agricultura. Os dados são atualizados a cada dez minutos.
“Na primavera e no contexto da estiagem, o baixo teor de umidade da vegetação favorece a combustão, a ignição e a propagação de incêndios”, explica o pesquisador e coordenador de Inovação do Simepar, Flavio Deppe. Segundo ele, o VFogo possibilita o lançamento de alertas em tempo quase real.
A ferramenta emprega três tecnologias convergentes nas ciências ambientais: sensoriamento remoto por satélites de alta resolução temporal e espacial, processamento de alto volume de dados geo-espaciais em diferentes formatos (Big Data) e modelos matemáticos de análise e aprendizagem gerados a partir de técnicas de inteligência artificial. Combina diversas camadas de informações em interface webgeo com suas típicas funcionalidades, como escala, zoom e pan. As imagens de uma mesma área são apresentadas em diferentes modos de composições. O modo “true color” ou “visível” evidencia a fumaça. O modo “infravermelho” destaca as temperaturas mais altas. Já o modo “fusion” faz uma fusão de ambos para realçar os pontos de fumaça, fuligem e particulados.
AGRICULTURA – “A previsão de uma primavera mais seca neste ano devido à influência de La Niña é preocupante para a agricultura”, observa a agrometeorologista do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, Heverly Morais. Segundo ela, as culturas de soja, milho e feijão podem ser impactadas pela estiagem prolongada. Como estratégia de proteção, Morais recomenda escalonar a semeadura em talhões com cultivares de ciclos diferentes. Também sugere começar a semeadura no período adequado, não utilizar população de plantas superior à indicada, plantar sementes de boa qualidade e cultivares adaptadas à região, mantendo o equilíbrio nutricional das plantas.
“Como os veranicos são recorrentes durante as safras no Paraná, convém incluir no planejamento agrícola a tecnologia da rotação de cultura com plantas de cobertura em sistema de plantio direto”, afirma. Segundo a pesquisadora, “essa técnica melhora os atributos físico-químicos do solo, favorece o aumento de infiltração de água e aprofunda as raízes, além de reduzir a temperatura e a evaporação em períodos de estiagem fraca ou moderada”.
TABELA 1 - Valores das médias históricas de chuva (faixa de variação), temperatura mínima e temperatura máxima para cada região do Paraná nos meses de outubro, novembro e dezembro
Região
|
Outubro |
Novembro |
Dezembro |
Chuva (mm/mês) |
TMIN °C |
TMAX °C |
Chuva (mm/mês) |
TMIN °C |
TMAX °C |
Chuva (mm/mês) |
TMIN °C |
TMAX °C |
Litoral |
140-180 |
16,8 |
25,2 |
120-200 |
18,3 |
27,4 |
190-280 |
19,8 |
29,1 |
RMC |
100-140 |
12,3 |
22,0 |
70-130 |
13,8 |
23,8 |
110-190 |
15,4 |
25,2 |
Centro |
140-200 |
12,9 |
24,0 |
100-150 |
14,3 |
25,6 |
130-200 |
15,8 |
26,4 |
Sul |
160-210 |
12,9 |
24,0 |
90-140 |
14,3 |
25,9 |
120-170 |
15,6 |
26,8 |
Sudoeste |
180-240 |
14,5 |
25,6 |
120-200 |
16,0 |
27,4 |
140-200 |
17,5 |
28,5 |
Oeste |
170-230 |
15,8 |
26,3 |
110-190 |
16,4 |
26,9 |
120-180 |
18,6 |
28,3 |
Norte |
100-180 |
16,0 |
26,3 |
110-160 |
17,5 |
27,8 |
150-230 |
18,5 |
27,9 |
Fonte: Rede Agroclimatológica IDR Paraná
Entrevistas: Marco Jusevicius - Centro Politécnico da UFPR – Curitiba/PR (41) 3320-2000 imprensa@simepar.br
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28/7/20
Simepar desenvolve aplicação tecnológica para estimar riscos de desligamento de energia elétrica
Simepar desenvolve aplicação tecnológica para estimar riscos de desligamento de energia elétrica
O Simepar - Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná está desenvolvendo um modelo matemático que estimará com antecedência os riscos de desligamentos de energia elétrica causados por eventos meteorológicos severos. Com base em informações de previsão e monitoramento meteorológico de curto e médio prazos, alertas qualificados serão transmitidos à Copel Distribuição em forma de mapa. O processo será automatizado e padronizado. A inteligência de dados integrará informações provenientes do Satélite Goes-16, radares, estações hidrometeorológicas de superfície, detecção de raios e previsões dos modelos numéricos.A metodologia de Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) inova ao aplicar o Gerenciamento Ágil de Projeto (GAP), que integra o cliente ao processo de execução. A Copel Distribuição fornece informações e dados relevantes para a pesquisa, acompanha as etapas de execução do projeto, faz testes e avalia os resultados. Também participam da equipe tecnológica pesquisadores do Centro de Gestão de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (CGPDI), Universidade Federal do Paraná, Universidade Federal de Pelotas e Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTec/Inpe). Está prevista a realização de um curso de extensão em meteorologia aplicada ao setor elétrico.
PROJETO ESTRATÉGICO - “Este trabalho de Pesquisa & Desenvolvimento com a Copel se enquadra como projeto estratégico do Simepar, que visa atingir um novo patamar de uso das informações ambientais no setor elétrico em que os dados e as previsões, suas magnitudes e incertezas são combinadas e otimizadas em um sistema de suporte à decisão”, afirma o diretor presidente, Eduardo Alvim Leite.Por sua vez, o coordenador geral do projeto, César Beneti, destaca o aspecto inovador da iniciativa por conectar o alerta do fenômeno meteorológico ao estudo de impacto por ele causado na principal atividade do cliente: “A expertise do Simepar em climatologia paranaense aliada à alta tecnologia de inteligência artificial gerará um produto melhor, que no futuro poderá ser aplicado a outros setores, como a agricultura e a defesa civil”.DESAFIO - Segundo o pesquisador e meteorologista Leonardo Calvetti, o mapa mostrará os locais da rede de energia elétrica mais vulneráveis a raios, ventos e chuvas fortes: “Será possível indicar o vento que poderá influenciar o desligamento e quantas unidades consumidoras estarão em risco”.Para a meteorologista Sheila Paz, “o desafio é gerar um produto de alta resolução, que solucione efetivamente a necessidade da Copel Distribuição de estar preparada para restabelecer o fornecimento de energia elétrica com a maior brevidade possível em caso de um evento meteorológico extremo”. Um exemplo do problema foi o ciclone extratropical que atingiu o Paraná em 30 de junho deste ano quando 1,6 milhão de clientes da Copel ficaram sem energia elétrica. Três mil eletricistas foram a campo para restabelecer a rede.PRECISÃO - “O novo modelo será uma ferramenta muito significativa para aumentar a eficiência e aprimorar a qualidade na prestação de serviços, reagindo às ocorrências com a maior precisão possível, pois toda a infraestrutura da rede costuma ser afetada, inclusive pelos eventos de menor magnitude”, observa o gerente da Divisão de Procedimentos de Operação da Copel Distribuição, engenheiro eletricista Marcos Vinicius de Oliveira Cardoso.Ao receber o alerta qualificado, a Copel Distribuição poderá organizar toda a logística de atendimento, que inclui equipes de eletricistas, técnicos em operação e manutenção, equipamentos, ferramental, materiais e veículos para atuar com agilidade em rompimento de cabos, queda de postes, queima de fusíveis e transformadores, entre outros danos. A empresa tem expectativa de reduzir o indicador DEC – Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora da Copel perante a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).O produto de P&D deve estar finalizado em trinta meses. Os resultados serão avaliados continuamente para que o modelo seja calibrado, refinado e ajustado.
FIGURA 1 – Tempestades registradas pelos radares meteorológicos do Simepar associadas ao "ciclone bomba" ocorrido às 16h40 do dia 30 de junho de 2020 no Estado do Paraná - FONTE: Simepar (2020)
FIGURA 2 – Centro de operações Smart Copel - FONTE: Copel (2020) – Daniel Cavalheiro
Entrevistas: Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná - Simepar / Centro Politécnico da UFPR - Curitiba/PR (41) 3320-2000 imprensa@simepar.br Veja mais ...
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19/6/20
Simepar prevê inverno com pouca chuva e grandes oscilações de temperaturas em curtos intervalos de tempo
Estação começa neste sábado com sol em todo o Paraná
O inverno começa às 18h44 deste sábado – 20 de junho – e termina às 10h31 de 22 de setembro. Segundo o Simepar, o início da estação será ensolarado em todo o Estado, sem chuvas, com temperaturas amenas pela manhã e altas à tarde. No primeiro dia, variam de 11 ºC em Rio Negro, Ponta Grossa e Telêmaco Borba a 31 ºC em Umuarama.
Segundo o coordenador de Operação do Simepar, meteorologista Marco Jusevicius, “neste ano, as massas de ar frio devem ser menos persistentes do que o normal”. Por essa razão, o inverno apresentará grandes oscilações de temperatura em curtos intervalos de tempo. Em todas as regiões, a temperatura média deve ficar próxima ou ligeiramente acima da normal climatológica. Há possibilidade de “veranicos”, com vários dias consecutivos secos e mais quentes do que o habitual para a estação, intercalados com períodos curtos de frio intenso.
A meteorologia espera o predomínio de massas de ar seco por diversas semanas, inibindo a formação de chuva de grande extensão e volume. “As chuvas devem ficar abaixo ou dentro da média histórica, sem chance de recuperação do déficit hídrico observado desde o ano passado”, observa Jusevicius. Para o meteorologista, “mesmo com a ocorrência eventual de episódios volumosos, são esperados períodos mais prolongados sem chuva significativa, indicando que o trimestre será mais seco do que a média climatológica”. Não haverá influência do fenômeno El Niño. Os modelos climáticos indicam tendência de início de um ciclo da La Niña no final do inverno no Hemisfério Sul.
ALERTA GEADA – Eventuais massas de ar polar podem causar geadas neste ano no Paraná nas regiões próximas à divisa com Santa Catarina e na Região Metropolitana de Curitiba. É mínima a possibilidade de ocorrência nas demais regiões.
O Paraná é predisposto a geadas durante o inverno. Esse evento requer a combinação de ar frio e seco, céu limpo, vento fraco, temperatura abaixo de 5 ºC e umidade relativa abaixo de 70%. Durante a noite, cristais de gelo são depositados no solo e nas plantas. No início da manhã, o gelo reflete a luz solar nas superfícies, fenômeno conhecido como geada branca. Quando não há formação de gelo nas superfícies expostas ao ambiente, o fenômeno é denominado geada negra, com potencial de causar danos severos às plantações.
Para orientar os produtores, já está ativo desde maio o serviço gratuito Alerta Geada, que emite previsões com antecedência de 48 e 24 horas, com base em dados da rede de telemetria do Simepar, Satélite Goes-16 e modelos de previsão do tempo. Mantido pelo Simepar e pelo Instituto Agronômico do Paraná – Iapar, divulga boletins pelo Disque Geada (43) 33914500, nas redes sociais e páginas www.simepar.br e www.iapar.br.
AGRICULTURA – Havendo previsão de geada, as agrometeorologistas Heverly Morais e Angela Ferreira da Costa recomendam a proteção das lavouras de hortaliças, mudas de café em viveiros e plantas com até dois anos, bem como frutíferas tropicais recém-plantadas, como abacate e manga. Também é preciso prevenir danos causados por geadas tardias às plantações de trigo em fase de florescimento e espigamento e frutíferas de clima temperado, como maçã, ameixa, pêssego e nectarina. O tempo seco no início do inverno favorece o bom desenvolvimento das frutíferas temperadas, café, trigo e milho safrinha – estes últimos um tanto impactados pela seca severa ocorrida no outono.
TABELA 1 - Valores das médias históricas de chuva (faixa de variação), temperatura mínima e temperatura máxima para cada região do Paraná nos meses de julho, agosto e setembro
Entrevistas: Centro Politécnico da UFPR – Curitiba/PR (41) 3320-2000 imprensa@simepar.br Veja mais ...
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12/5/20
Simepar monitora condição das bacias durante estado de emergência hídrica
Simepar monitora condição das bacias durante estado de emergência hídrica
O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), em parceria com o Instituto Água e Terra (IAT), é responsável pelo acompanhamento em tempo real das condições das bacias hidrográficas paranaenses durante o estado de emergência hídrica decretado pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior, com duração prevista até novembro. A iniciativa inclui o Simepar pela sua expertise em serviços de monitoramento e previsão ambientais.Para realizar esse trabalho, o Simepar conta com alta tecnologia, formada por uma rede telemétrica de 120 estações, antenas de recepção de uma constelação de satélites e três radares instalados em Teixeira Soares, Cascavel e Curitiba. Os dados são coletados em medições horárias e sub-horárias das chuvas, temperaturas e vazões dos rios, em alta resolução. Na sequência, são integrados e processados por sistemas computacionais de alto desempenho, gerando produtos geo-espaciais implementados e calibrados por equipe científica do próprio Simepar. Após análise dos dados atuais e históricos, os meteorologistas emitem uma previsão tradicional para até 15 dias e outra climática sazonal, atualizada mensalmente. Ambas são publicadas na página www.simepar.br. Além disso, são geradas estatísticas dos quantitativos de chuvas e desvio das médias climatológicas para cima ou para baixo, compartilhadas na rede multi-institucional formada pelo Instituto Águas e Terra (IAT), Agência Nacional de Águas (ANA), Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Sanepar e Copel. O Simepar também integra o Monitor de Secas do Brasil e a Sala de Crise da Região Sul organizada pela ANA e pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).“O estado de escassez hídrica pelo qual passa o Paraná revela a importância do monitoramento hidrometeorológico, que foi capaz de mensurar a severidade e a evolução do fenômeno e subsidiar a tomada de decisão de decretação da emergência”, afirma o diretor do Simepar, engenheiro Eduardo Alvim Leite, ao destacar o papel relevante do empreendimento na gestão futura da crise. Segundo ele, “a situação também demonstrou a necessidade de ampliação tanto do monitoramento hidrológico nos mananciais de abastecimento público como do conhecimento sobre a disponibilidade e a resiliência hídrica atual e futura de nossas bacias hidrográficas”.CENÁRIO FUTURO DESFAVORÁVEL – Estudos e pesquisas do Simepar indicam um processo de estiagem persistente e progressiva no Paraná nos últimos três meses, que causou significativa perda de umidade do solo e afetou a disponibilidade hídrica das bacias hidrográficas. “A ocorrência de chuvas ficou muito abaixo da média esperada”, explica o engenheiro hidrólogo e pesquisador do Simepar, Arlan Scortegagna. A situação foi mais severa e prolongada nas regiões central e leste e menos intensa no oeste do Estado. Segundo o profissional, a prospecção sugere um cenário futuro desfavorável quanto à recuperação dos mananciais de abastecimento de água: “Se vier a chover conforme as médias históricas, os valores serão insuficientes para que os níveis de vazão dos rios recuperem a normalidade, considerando o déficit acumulado”.O Paraná tem aproximadamente 200 bacias de mananciais. Os efeitos da estiagem variam de acordo com o perfil e as condições de cada bacia, influenciadas por outros fatores além da chuva, tais como evapotranspiração, volume e concentração temporal de precipitação, matriz, uso e conservação do solo. Estão sendo afetadas tanto as grandes bacias, que geram energia elétrica, quanto as pequenas nas quais é feita a captação de água para abastecimento público.Dados da série histórica apontam que a estiagem deste ano se assemelha aos níveis de vazão ocorridos em 2006. No momento, as vazões naturais no rio Iguaçu em União da Vitória são as mais baixas registradas desde 1930, com tendência a redução.
FIGURA 1 – Anomalia mensal de precipitação no Paraná em abril de 2020, indicando a diferença entre as chuvas esperadas (média histórica) e ocorridas em cada regiãoFonte: Simepar
FIGURA 2 – Anomalia trimestral de precipitação no Paraná de fevereiro a
abril de 2020, indicando a memória hidrológica em cada regiãoFonte: Simepar
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5/5/20
Alerta Geada 2020 entra em operação
Alerta Geada 2020 entra em operação
26 anos de apoio ao produtor rural do Paraná
O Alerta Geada começa nesta terça-feira (5) e vai até o fim do inverno em 22 de setembro. Este tradicional serviço de apoio à agricultura do Paraná emite previsões de geada por categorias de intensidade – fraca, moderada ou forte - com antecedência de 72, 48 e 24 horas para todas as regiões do Paraná. Os textos e mapas temáticos são atualizados diariamente na página do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná - Simepar (www.simepar.br).
Para os eventos de geada com previsão de impacto para a agricultura, o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater elabora um boletim com sugestão de medidas a serem tomadas pelos agricultores para evitar ou minimizar potenciais danos às lavouras de culturas sensíveis a esta situação meteorológica.
As mensagens são disseminadas por celular e e-mail para usuários cadastrados, bem como nas redes sociais, veículos de comunicação e pelo aplicativo Iapar Clima. Interessados em receber os avisos devem cadastrar-se na página do IDR - Paraná (www.iapar.br) no tópico Agrometeorologia – Alerta Geada.
INVERNO 2020 - Segundo o coordenador de Operação do Simepar, meteorologista Marco Jusevicius, o inverno típico no Paraná apresenta poucas chuvas e massas de ar frio mais potentes a partir da segunda quinzena de maio. “As geadas são mais frequentes em junho e julho - quando as temperaturas médias ficam mais baixas", afirma. Em condições normais são registrados de um a quatro eventos por ano, mais concentrados entre o centro e o sul do Estado, podendo atingir o norte. Neste ano, o cenário climático global é de neutralidade, ou seja, nem o El Niño como a La Niña estão presentes no Oceano Pacífico. “Os prognósticos até o momento indicam temperaturas em torno da média e chuvas entre a média e abaixo da média”, observa Jusevicius.
METODOLOGIA - Mantido desde 1995 pelo Simepar e IDR - Paraná, o Alerta Geada tem alto grau de confiabilidade. Diariamente os cenários são montados com o apoio de modelos numéricos de previsão que indicam a tendência de comportamento da temperatura do ar nos próximos dias. As condições do tempo são analisadas com base em dados de temperaturas, pressão atmosférica, ventos e umidade do ar coletados por uma rede de estações telemétricas.
LANÇAMENTO – Neste ano, devido a pandemia de coronavírus, não haverá um evento formal de início da 26a edição do serviço Alerta Geada. As informações estarão disponíveis nos sites do Simepar e do IDR - Paraná para consulta de todos os interessados à partir de 05 de maio.
Fonte para entrevistas: Marco Jusevicius - meteorologista Simepar – marco.jusevicius@simepar.br - Centro Politécnico da UFPR – Curitiba/PR (41) 3320-2000 Veja mais ...
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20/3/20
Outono começa com temperaturas altas
Outono começa com temperaturas altas
O outono começa à meia-noite e 50 minutos desta sexta-feira 20 de março e termina às 18h44 do dia 20 de junho. O Simepar prevê chuva no Norte do Estado. As temperaturas variam entre 13 oC e 33 oC. A mínima deve ocorrer em Guarapuava, Pato Branco e União da Vitória. A máxima será em Foz do Iguaçu. O tempo deve melhorar no sábado, com sol em todas as regiões.
Segundo o meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib, o outono paranaense caracteriza-se pela grande variabilidade das chuvas, em sua maioria decorrentes da passagem de frentes frias: “Maio costuma ser mais chuvoso em comparação com abril e junho”, afirma. Os maiores volumes são registrados nas regiões Sudoeste e Oeste. À medida que o inverno se aproxima, as temperaturas diminuem progressivamente. A partir da segunda quinzena de abril, aumenta o risco climático de geadas. “A ocorrência de nevoeiros também é típica da estação, com intensidade e duração variando conforme o padrão de tempo predominante em cada região”, informa Kneib.
A previsão indica que as chuvas seguirão os padrões da climatologia no Paraná. Ao longo do trimestre devem ocorrer os chamados “veranicos” – períodos superiores a dez dias consecutivos sem chuvas. Este cenário para os próximos meses não favorece a recuperação da umidade perdida devido à estiagem dos últimos 45 dias no Paraná. As temperaturas estarão próximas aos valores médios para a estação. “Em todas as regiões, normalmente o outono apresenta grande amplitude térmica diária, que é a diferença entre a menor e a maior temperatura”, observa o meteorologista.
As primeiras geadas devem ocorrer em abril entre as regiões Central e Sul, em áreas de vales e encostas protegidas do vento. Em maio e junho, as geadas devem atingir todas as regiões. Em alguns dias, as temperaturas serão altas à tarde, entrando em declínio quando ingressarem massas de ar frio de forte intensidade. Os modelos dinâmicos e estatísticos sugerem que não haverá influência dos fenômenos climáticos El Niño e La Niña neste outono.
AGRICULTURA – As baixas temperaturas ocasionadas por massas de ar frio podem afetar o milho segunda safra, principalmente em lavouras implantadas fora do período de semeadura indicado pelo Zoneamento Agrícola de Riscos Climático. Quanto mais tarde as lavouras entrarem nas fases de floração e frutificação, mais suscetíveis ficam aos danos e às perdas pelo frio. A irregularidade e a restrição de chuva previstas para o outono também podem prejudicar o milho safrinha.
O trigo pode ser impactado pela diminuição das chuvas, principalmente nas fases críticas de germinação e emergência das plantas e enchimento de grãos. Geadas fortes na fase de florescimento podem causar redução da produtividade. Para evitar que toda a lavoura seja prejudicada caso ocorra algum evento climático extremo, como seca ou geada, as pesquisadoras do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná Iapar-Emater, Heverly Morais e Angela Beatriz Ferreira da Costa, orientam os agricultores a respeitarem o Zoneamento Agrícola e escalonarem a semeadura em períodos espaçados de duas semanas.
Por serem extremamente sensíveis às baixas temperaturas, as hortaliças devem ser protegidas em caso de previsão de geadas. As plantações de café também ficam vulneráveis, principalmente as mudas em viveiros e plantas com até dois anos no campo. No início de maio, será ativado o Sistema Alerta Geada, que emitirá boletins diários. O serviço mantido pelo Iapar em parceria com o Simepar apresenta sugestões para a proteção dos viveiros e das lavouras cafeeiras recém-plantadas. TABELA 1 - Médias históricas de chuva, temperaturas mínimas e máximas em cada região do Paraná no trimestre abril-maio-junho
Região
Abril
Maio
Junho
Chuva (mm/mês)
Tmín (°C)
Tmáx (°C)
Chuva (mm/mês)
Tmín (°C)
Tmáx (°C)
Chuva (mm/mês)
Tmín (°C)
Tmáx (°C)
Litoral
120-170
18,0
27,0
65-120
16,1
25,2
80-110
13,1
22,9
RMC
55-75
13,3
22,6
50-95
10,6
20,5
60-100
8,7
19,3
Centro
85-150
13,1
23,7
70-160
10,1
21,0
85-150
8,5
19,4
Sul
85-140
13,2
23,8
90-155
10,3
21,1
115-180
8,6
19,5
Sudoeste
110-200
14,7
25,2
90-240
11,8
22,2
125-210
10,0
20,1
Oeste
105-185
15,9
25,8
75-200
13,3
22,5
95-160
11,5
20,5
Norte
80-130
16,8
26,3
70-150
15,0
23,7
50-130
13,7
22,2
Fonte: Rede Agroclimatológica do IAPAR
Fonte para entrevistas: Reinaldo Kneib - meteorologista do Simepar (41) 3320-2000 imprensa@simepar.br
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19/12/19
Verão entra chuvoso no Paraná, segundo o Simepar
Verão entra chuvoso no Paraná, segundo o Simepar
Festas terão sequência de dias quentes com chuvas nos finais de tarde
O verão no Paraná começa à 1h19 deste domingo, 22, e termina à 00h50 do dia 20 de março de 2020. Segundo a previsão do Simepar, o primeiro dia será chuvoso em todo o Paraná, mas abafado e sem frio. Uma frente fria vinda sul do continente deixa a atmosfera instável. O sol aparece entre nuvens em Curitiba, Londrina, Paranavaí, Jacarezinho, Guaíra, Foz do Iguaçu, Cascavel, Guarapuava e Rio Negro. A temperatura mais baixa prevista é de 15 °C em Ponta Grossa. A máxima chega a 31 °C em Foz do Iguaçu.
“O período das Festas terá uma sequência de dias quentes, com máximas de 28 a 30 °C e chuvas típicas de verão geralmente à tarde”, afirma o meteorologista Reinaldo Kneib. Durante a estação, os regimes de chuvas e temperaturas tendem a seguir as normais climatológicas em todas as regiões. São esperados períodos consecutivos de temperaturas muito elevadas associados a chuvas de curta duração. Episódios de temporais com grande incidência de raios e ventanias podem causar enxurradas e inundações. Oscilações de fenômenos meteorológicos oceânicos como El Niño e La Niña não devem impactar o Paraná.
CLIMATOLOGIA – Historicamente, o verão é a estação mais chuvosa. Os dias se tornam mais quentes à medida que a estação se consolida, com ligeira diminuição em março. “Os volumes totais acumulados de chuvas resultam diretamente da atuação de sistemas atmosféricos de mesoescala, associados ao maior aquecimento diurno e à umidade”, explica Kneib. Essas condições causam chuvas localizadas e intensas, com muitos raios e de curta duração, muitas vezes acompanhadas de vendavais e granizo, em todas as regiões do estado.
Segundo o meteorologista do Simepar, faz parte da climatologia do verão paranaense a ocorrência de frentes estacionadas por alguns dias no Oceano Atlântico, próximas ao Litoral. A circulação dos ventos mantém as nuvens baixas das praias até a Região Metropolitana de Curitiba, o que diminui as temperaturas máximas. No transcurso da estação, as maiores temperaturas ocorrem nas regiões Oeste, Sudoeste, Norte e Litoral.
AGRICULTURA – Segundo as agrometeorologistas do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Ângela Beatriz Costa e Heverly Morais, as condições meteorológicas previstas para o verão são favoráveis ao desenvolvimento das culturas de soja e milho, bem como ao manejo do gado. A única preocupação é com a semeadura do milho safrinha, que ultrapassará a época estipulada pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático. “Como a forte estiagem durante a primavera atrasou a semeadura da soja e do milho, as chuvas significativas de dezembro foram literalmente a salvação da lavoura nas fases mais críticas de necessidade hídrica: a floração e o início da frutificação”, observa Costa.
VERÃO MAIOR – Neste sábado, 21, tem início a operação Verão Maior - Temporada 2019/2020. Ao clicar no ícone do Simepar na página www.verao.pr.gov.br, o interessado terá acesso à previsão do tempo para cada município com horizonte de 15 dias. O Simepar apoia o trabalho da Defesa Civil Estadual para reduzir danos em caso de inundações, alagamentos, enxurradas e tempestades com raios. Para receber alertas meteorológicos por SMS, o interessado deve enviar uma mensagem para o número 40199 com o número do seu CEP (Código de Endereçamento Postal). O tenente Marcos Vidal da Silva Junior sugere aos veranistas que mantenham em seus celulares o contato da Defesa Civil Municipal e o aplicativo do Corpo de Bombeiros do Paraná, que fornece informações sobre o tempo e o serviço de guarda-vidas. Orientações sobre desastres naturais estão disponíveis no site www.defesacivil.pr.gov.br e nas contas da Defesa Civil Estadual nas redes sociais.
DENGUE – “O Simepar divulgará em todas as suas mídias a campanha do Governo do Estado de prevenção da dengue”, afirma o diretor Eduardo Alvim Leite. No site do Simepar há um link no ícone “Dengue mata. Mude sua atitude”, que direciona o leitor para informações sobre cuidados preventivos, sintomas, tratamento e mitos sobre a doença. Prevenir é a melhor forma de evitar a dengue, zika e chikungunya. A maior parte dos focos do mosquito está nos domicílios, assim as medidas preventivas envolvem o nosso quintal e também os dos vizinhos.
Fonte para entrevistas: Reinaldo Kneib – meteorologista Simepar (41) 33202020
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20/9/19
Primavera chega com temperaturas amenas e sem chuva no Paraná
Primavera chega com temperaturas amenas e sem chuva no Paraná
Primavera chega com temperaturas amenas e sem chuva no Paraná
A primavera começa às 4h50 de segunda-feira - 23 de setembro - e termina à 1h19 de 22 de dezembro. Segundo a previsão do Simepar, no primeiro dia da estação as temperaturas serão amenas na maior parte do Estado. As mínimas devem ficar entre 5 °C em Rio Negro e 17 °C em Guaíra. As máximas devem variar de 13 °C em Curitiba a 29 °C em Paranavaí e Umuarama. O sol aparece nas regiões Sudoeste, Norte, Noroeste, Sul, Oeste, Centro, Norte Pioneiro e Campos Gerais. O tempo deve ficar mais fechado na Região Metropolitana de Curitiba e no Litoral. Não há previsão de chuva.“No Paraná, a primavera caracteriza-se por chuvas intensas e volumosas, resultantes do deslocamento de frentes frias ou quentes e eventos de curta duração, que se desenvolvem por causa das altas temperaturas associadas à maior umidade do ar”, explica o meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib. Ao longo da estação, é comum a atuação dos chamados sistemas convectivos de mesoescala que se formam no estado ou no Paraguai, dirigindo-se para cá. Também são frequentes vendavais, granizo e grande quantidade de raios, que só podem ser detectados com antecedência de algumas horas. Neste ano o regime de chuvas acompanhará o comportamento médio histórico, à exceção de outubro, que deve registrar volumes abaixo da Normal climatológica.As temperaturas, por sua vez, costumam oscilar, aumentando à medida em que a estação se consolida. Para este ano, tendem a ficar próximas ou acima da média histórica. Os valores mais expressivos são registrados tradicionalmente nas regiões Oeste, Sudoeste, Norte e Litoral. “Grandes variações nas temperaturas ocorrerão em períodos curtos de horas a poucos dias”, observa Kneib, “devido ao deslocamento de frentes frias e tempestades intensas”. O início da estação apresenta maior amplitude térmica, que é a diferença entre os valores de temperatura máximos e mínimos diários, os quais diminuem progressivamente. Não está prevista a influência dos fenômenos climáticos El Niño e La Niña.AGRICULTURA – Para a agrometeorologista do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), Ângela Costa, o início da semeadura da safra de verão será dificultado pelo déficit hídrico no solo devido à estiagem prolongada no inverno: “Em condições de tempo seco e temperaturas elevadas, utiliza-se a irrigação para manter a qualidade e a produtividade das lavouras de hortaliças”. O potencial produtivo da cultura do café também pode ser prejudicado, com risco de aumento do índice de aborto. “Por outro lado, a baixa umidade do ar desfavorece a proliferação de doenças, diminuindo as aplicações de agrotóxicos nas lavouras”, observa.TABELA – Variação das médias históricas de chuva e valores de temperaturas mínimas e máximas para cada região do Paraná nos meses de outubro, novembro e dezembro
REGIÃO
OUTUBRO
NOVEMBRO
DEZEMBRO
Chuva (mm/mês)
TMIN°C
TMAX°C
Chuva (mm/mês)
TMIN°C
TMAX°C
Chuva (mm/mês)
TMIN°C
TMAX°C
Litoral
140-180
16,8
25,2
120-200
18,3
27,4
190-280
19,8
29,1
RMC
100-140
12,3
22,0
70-130
13,8
23,8
110-190
15,4
25,2
Centro
140-200
12,9
24,0
100-150
14,3
25,6
130-200
15,8
26,4
Sul
160-210
12,9
24,0
90-140
14,3
25,9
120-170
15,6
26,8
Sudoeste
180-240
14,5
25,6
120-200
16,0
27,4
140-200
17,5
28,5
Oeste
170-230
15,8
26,3
110-190
16,4
26,9
120-180
18,6
28,3
Norte
100-180
16,0
26,3
110-160
17,5
27,8
150-230
18,5
27,9
Fonte: Dados da Rede Agroclimatológica do Iapar
Entrevistas: Simepar - Centro Politécnico da UFPR – Curitiba/PR www.simepar.br (41) 33202000
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18/9/19
Tecnologia desenvolvida pelo Simepar subsidia a gestão de bacias do Sistema Cantareira
Tecnologia desenvolvida pelo Simepar subsidia a gestão de bacias do Sistema Cantareira
O Sistema Meteorológico do Paraná – Simepar presta serviços de previsão hidrometeorológica para a Agência das Bacias PCJ – responsável pela gestão dos recursos dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, no Estado de São Paulo. Por ser industrializada e comportar 9 milhões de pessoas, a região apresenta grande demanda hídrica. O período mais crítico no uso da água ocorre entre junho e novembro. Com base nas previsões fornecidas pelo Simepar, os gestores tomam decisões para evitar a escassez e o desperdício no Sistema Cantareira, a fim de manter o equilíbrio ambiental e atender às necessidades humanas de abastecimento.Para gerar as previsões de vazão, o Simepar desenvolveu uma tecnologia exclusiva de multimodelagem, assim denominada porque combina três tipos de modelos: um conceitual, conhecido como “Sacramento”, adotado pelo National Weather Service (NWS); um regressivo multilinear, baseado em teoria estatística e um deep learning ou aprendizagem profunda, a partir da inteligência artificial. Cada um desses modelos tem uma fonte distinta de tecnologia e gera um prognóstico do comportamento da vazão com horizonte de sete dias. Em processo conhecido como ensemble, os três modelos são combinados para produzirem uma previsão determinística. A aplicação da metodologia Modelagem Bayesiana de Erros através de Simulação de Monte Carlo via Cadeias de Markov (MCMC) gera uma previsão probabilística, capaz de indicar altas e baixas chances de ocorrência futura de vazão em determinado intervalo de valores. Por meio de simulações de comportamentos futuros, esse sistema permite medir em percentuais a probabilidade de a vazão vir a estar acima e/ou abaixo de níveis críticos no tempo e no espaço, subsidiando a tomada de decisão no gerenciamento dos recursos hídricos.“É uma satisfação conciliar o desenvolvimento científico com uma aplicação real em que técnicas sofisticadas, geradas em conjunto com uma instituição universitária, se põem a serviço da gestão ambiental, com benefícios concretos para a população”, observa o diretor presidente do Simepar, engenheiro Eduardo Alvim Leite.
CARACTERÍSTICAS – O pesquisador do Simepar e coordenador geral do serviço, José Eduardo Gonçalves, destaca o ganho representado pela união entre as áreas de meteorologia e hidrologia, o que se reflete na qualidade do serviço ao cliente. Segundo ele, os dados são coletados por estações hidrológicas compostas por sensores, instaladas em três pontos de controle: dois no rio Atibaia e um no rio Jaguari. Também é utilizada a rede de monitoramento do Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo. “Os dados provenientes dos linímetros e das chuvas coletados por pluviômetros, satélite Goes 16 e radar são transmitidos automaticamente para o Simepar, onde são processados e analisados”, explica. Os meteorologistas emitem dois boletins diários de previsão hidrometeorológica para sete dias nos 76 municípios da região, indicando as chuvas nas bacias e a vazão nos pontos de controle.
“São Paulo representou uma problemática nova para o Simepar por referir-se a períodos de recessão e não de cheias”, observa o engenheiro sanitarista e ambiental Arlan Scortegagna, pesquisador responsável pelo desenvolvimento do Sistema de Previsão Hidrometeorológico das Bacias PCJ. Ele destaca o processo tecnológico colaborativo entre o Simepar e o cliente para a obtenção de bons resultados, lembrando a necessidade de melhoria contínua ao lidar com as incertezas.
CONFIABILIDADE - Coordenador do Grupo de Trabalho de Previsão Hidrometeorológica do Comitê das Bacias PCJ, o engenheiro químico e especialista em gestão ambiental Jorge Antonio Mercanti avalia diariamente a qualidade dos serviços. Ele considera o modelo hidrológico de escoamento do Simepar bem ajustado, detalhado e robusto: “Após um período de adequação, a precisão das previsões surpreende pelo alto índice de acerto, com dados muito próximos do real”. Para o especialista, “o know-how e a expertise do Simepar permitiram a criação de uma ferramenta científica complexa, que possibilita a gestão otimizada, avançada e aperfeiçoada dos recursos hídricos das bacias paulistas para assegurar a disponibilidade desse bem precioso que é a água”.Coordenada pelo engenheiro Eduardo Alvim, a metodologia de pesquisa do Simepar ensejou a defesa de tese de doutorado da professora Alana Ribeiro no Programa de Métodos Numéricos em Engenharia da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em 2017. O sistema de previsão para as bacias PCJ será apresentado no Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos a realizar-se de 24 a 28 de novembro deste ano em Foz do Iguaçu.
Sistema Cantareira
O Sistema Cantareira é constituído por seis reservatórios, conectados em série, alimentados por rios pertencentes às bacias do rio Piracicaba e do Alto Tietê. Sua importância reside no abastecimento de até 9 milhões de habitantes da Região Metropolitana de São Paulo e no controle das vazões em trechos regularizados das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Bacias PCJ).Diante da crise hídrica de 2014, verificou-se a necessidade de estabelecer regras para a operação do Sistema Cantareira. Em 2017, a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo (DAEE) firmaram as Resoluções Conjuntas nº 925 e nº 926 que, dentre outros critérios, estabeleceram vazões mínimas a serem garantidas em três postos de controle das Bacias PCJ. Atender a essas vazões mínimas e, ao mesmo tempo, maximizar o armazenamento dos reservatórios, o que implica em minimizar suas descargas, consiste em um desafio para a operação do Sistema Cantareira e para a gestão hídrica.As Bacias PCJ englobam 76 municípios e ocupam 15.377,82 km² - dos quais 92% se encontram no Estado de São Paulo e 8% em Minas Gerais. Seus principais constituintes são os rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí. A bacia do rio Piracicaba é dividida em cinco sub-bacias: Jaguari, Atibaia, Camanducaia, Corumbataí e Piracicaba. A área de modelagem hidrológica do SPHM-PCJ está inserida nas sub-bacias dos rios Jaguari e Atibaia. As Bacias PCJ abrangem quatro reservatórios do Cantareira: Jaguari, Jacareí, Cachoeira e Atibainha. Os demais - Paiva Castro e Águas Claras - pertencem à Bacia do Alto Tietê. As descargas do Jaguari/Jacareí escoam para o rio Jaguari enquanto as do Cachoeira e Atibainha escoam para o rio Atibaia.O DAEE e parceiros mantêm nas Bacias PCJ uma rede de monitoramento com 43 estações telemétricas, que realizam a coleta de dados de precipitação e nível fluviométrico a cada dez minutos, além de estações convencionais. A partir de curvas-chave atualizadas com frequência, obtêm-se os dados de vazão. A rede telemétrica do DAEE é operada pelo Sistema de Alerta a Inundações do Estado de São Paulo (SAISP) e mantida com o apoio da Agência das Bacias PCJ.
Figura 1 - Vazões previstas com sete dias de antecedência para o posto de controle localizado no rio Atibaia em São Paulo, apresentando os resultados determinísticos e probabilísticos dos modelos numéricos implementados no SPHM-PCJ
Figura 2 - Página inicial da plataforma Web desenvolvida pelo Simepar para os usuários do SPHM-PCJ
Figura 3 - Mapa dinâmico da previsão de precipitação acumulada resultante do modelo atmosférico WRF com resolução de 5km
Figura 4 - Resultados horários de chuva e temperatura para as horas remanescentes do dia atual
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20/6/19
Inverno de 2019 será ameno e um pouco chuvoso
Inverno será ameno e um pouco chuvoso
Inverno será ameno e um pouco mais chuvoso
O inverno começa às 12h54 desta sexta-feira – 21 de junho – e termina às 04h50 de 23 de setembro. No primeiro dia o tempo fica estável no Paraná, com temperaturas variando entre 8 ºC e 26 ºC. As menores temperaturas ocorrem em Rio Negro, Pato Branco e União da Vitória. Já as maiores estão previstas para Guaíra, Umuarama, Paranavaí e Foz do Iguaçu.Segundo a previsão do Simepar, a estação entra sem chuvas e ensolarada na maioria das regiões. Há condições para formação de nevoeiros ao amanhecer nas regiões Centro-Sul, Metropolitana de Curitiba e Campos Gerais. O tempo deve ficar encoberto em Guarapuava e Rio Negro e parcialmente nublado na Capital, litoral, nas regiões Central, Centro-Sul, Sul e Norte Pioneiro. O sábado prossegue sem chuvas, com leve aumento das temperaturas. No domingo o sol deve predominar em todo o Estado, com temperaturas entre 8ºC e 27ºC.
Segundo o meteorologista do Simepar, Reinaldo Kneib, “o inverno deve ser ameno, pois a temperatura média do ar deverá ficar acima do comportamento climatológico normal”. Embora se caracterize como a estação mais seca, é provável que neste ano seja ligeiramente mais chuvoso, sobretudo em julho. Estão previstos períodos prolongados sem chuva quando predominarem massas de ar frio e seco. Ondas de calor devem ser mais frequentes em agosto e setembro.O fenômeno El Niño continua influenciando o clima na Região Sul, reduzindo as chances de geadas. No entanto, deslocamentos eventuais de intensas massas de ar frio podem causar geadas e queda acentuada nas temperaturas, principalmente nas regiões Sul, Centro-Sul, Centro e Campos Gerais.Segundo a agrometeorologista Ângela Costa, “os produtores de café devem ficar atentos às previsões de geadas para adotarem medidas de proteção dos viveiros e das mudas de até seis meses”. O mesmo deve ser feito com as hortaliças. “Já o trigo e o milho devem desenvolver-se normalmente, atingindo boa produtividade”, afirma a pesquisadora.Mantido pelo Simepar e pelo Instituto Agronômico do Paraná – Iapar, o serviço gratuito Alerta Geada emite previsões com antecedência de 48 e 24 horas. Boletins são divulgados pelo Disque Geada (43) 33914500, nas redes sociais e páginas www.simepar.br e www.iapar.br.A base de dados históricos sobre o inverno paranaense apresenta baixos volumes de chuvas. Julho costuma ser menos chuvoso. Os registros de baixas temperaturas mais expressivos são de Palmas, no Sul do Estado.Tabela 1 - Valores das médias históricas de chuva (faixa de variação), temperatura mínima e temperatura máxima para cada região do Paraná nos meses de julho, agosto e setembro
Região
Julho
Agosto
Setembro
Chuva (mm/mês)
TMIN (°C)
TMAX (°C)
Chuva (mm/mês)
TMIN (°C)
TMAX (°C)
Chuva (mm/mês)
TMIN (°C)
TMAX (°C)
Litoral
60-160
12,6
22,5
40-90
13,3
22,9
100-200
14,8
23,1
RMC
40-110
9,4
20,8
40-90
10,2
22,2
60-140
9,9
20,3
Centro
40-180
9,1
20,9
20-140
10,4
22,7
70-220
10,6
21,9
Sul
100-160
8,0
19,4
20-170
9,2
21,1
70-240
10,9
22,1
Sudoeste
90-170
10,0
20,8
40-150
11,4
22,8
110-220
12,0
23,4
Oeste
30-130
11,3
23,0
20-160
12,8
25,1
80-200
13,5
24,0
Norte
20-100
11,8ºC
24,1
10-90
13,3
26,2
60-180
14,0
26,0
Fonte: Dados da Rede Agroclimatológica do IAPAR
FIGURA 1 - Previsão probabilística em Tercis – Chuva – Atualização junho de 2019 – Validade: trimestre julho-setembro/2019
Fonte: INMET
Entrevistas: Centro Politécnico da UFPR – Curitiba/PR (41) 3320-2000 imprensa@simepar.br
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